Bandeiras tarifárias: o que são e como elas impactam sua conta de energia?

Todo mês, a ANEEL define a bandeira tarifária vigente, com base em uma série de informações técnicas, mas o que isso significa?
4 min 50 seg de leitura
CANAL SOLAR - Bandeiras tarifárias o que são e como elas impactam sua conta de energia
Foto: Freepik

Você já reparou em um acréscimo na sua conta de energia e se perguntou o que isso significa? Pois é, esse “extra” pode ser resultado das bandeiras tarifárias, um sistema criado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) para indicar o custo real da geração de energia elétrica mês a mês. Implementado em 2015, o sistema funciona como uma espécie de “semáforo” para o consumidor, sinalizando quando a geração de energia está mais cara ou mais barata.

Mas como exatamente esse sistema funciona e por que ele tem tanto impacto no valor da sua fatura de energia? Vamos explicar tudo sobre as bandeiras tarifárias, como elas são definidas e o que você pode fazer para não ser pego de surpresa no fim do mês!

O que são bandeiras tarifárias?

As bandeiras tarifárias são uma forma de tornar mais transparente o custo da energia elétrica que você consome. Antes do sistema, os aumentos (ou reduções) nos custos de geração só apareciam no reajuste anual da tarifa — ou seja, quando você já tinha pagado por meses a fio sem saber.

Com as bandeiras, o ree é mensal e sinalizado por cores na sua fatura. O sistema foi instituído pela Resolução nº 547 da ANEEL, em maio de 2013, testado até o fim de 2014 e entrou em vigor oficialmente em 2015. Desde então, virou parte do nosso vocabulário e também do nosso bolso.

Como funcionam as bandeiras tarifárias?

As bandeiras funcionam como um sinal de trânsito:

  • Bandeira verde: tudo certo com a geração de energia. Não há custo adicional;
  • Bandeira amarela: condições menos favoráveis. Acréscimo de R$ 0,01885 por kWh consumidos;
  • Bandeira vermelha – Patamar 1: geração mais cara. Acréscimo de R$ 0,04463 por kWh consumidos;
  • Bandeira vermelha – Patamar 2: geração muito cara. Acréscimo de R$ 0,07877 por kWh consumidos.

Esses valores são cobrados conforme o consumo mensal da sua residência ou comércio. Quanto maior o consumo em períodos de bandeira vermelha, mais pesada vem a conta.

Quem define a cor da bandeira tarifária?

Todo mês, a ANEEL define a bandeira tarifária vigente, com base em uma série de informações técnicas. Entre os dados analisados estão:

  • O PLD (Preço de Liquidação das Diferenças), que reflete o custo da energia no mercado de curto prazo;
  • A quantidade de usinas térmicas em funcionamento — quanto mais usinas térmicas são acionadas, maior o custo da geração;
  • A relação entre a energia gerada por hidrelétricas e sua capacidade total, que indica o nível de disponibilidade hídrica;
  • Dados técnicos fornecidos pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica);
  • A cobertura tarifária das distribuidoras, ou seja, o quanto das despesas já está coberto pelas tarifas em vigor.

Com base nesses fatores, a ANEEL decide qual será a bandeira do mês e informa ao mercado. As distribuidoras, por sua vez, incluem essa informação na fatura dos consumidores.

As bandeiras são um custo novo?

Essa é uma dúvida comum — mas a resposta é não. As bandeiras tarifárias não representam um custo novo, e sim uma nova forma de apresentar um custo que já existia. Antes, os aumentos vinham diluídos no reajuste anual. Com as bandeiras, o consumidor pode ver, mês a mês, se a energia está mais cara ou mais barata, e tem a chance de ajustar seu consumo em tempo real.

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Quem paga as bandeiras tarifárias?

O sistema se aplica a todos os consumidores cativos das distribuidoras conectadas ao SIN (Sistema Interligado Nacional). Estão fora apenas os consumidores de sistemas isolados, como algumas localidades da região Norte. Algumas exceções têm descontos nas bandeiras, como:

  • Famílias de baixa renda cadastradas na Tarifa Social de Energia Elétrica;
  • Produtores que utilizam energia para irrigação ou aquicultura em horários especiais

Qual é a diferença entre tarifas e bandeiras tarifárias?

As tarifas são o valor base da conta de luz — e cobrem os custos de geração, transmissão, distribuição e encargos setoriais. Já as bandeiras tarifárias são um acréscimo ou não sobre o valor da tarifa, dependendo das condições de geração no mês. Elas são, basicamente, uma ferramenta de ajuste mensal para o custo variável da geração de energia.

Por que saber a cor da bandeira é importante?

Saber qual é a bandeira tarifária do mês permite que você tenha mais controle sobre seu consumo e sua conta. Se a bandeira está vermelha, é sinal de que o custo da geração está alto — e é hora de rever hábitos, reduzir o uso de aparelhos elétricos e evitar desperdícios. Além disso, quando milhões de consumidores fazem esse ajuste coletivo, há um impacto direto no sistema elétrico: menor consumo, menor necessidade de acionar térmicas, menores custos para todos.

Fique atento às bandeiras tarifárias

As bandeiras tarifárias são uma ferramenta importante de transparência e conscientização. Elas não apenas ajudam a entender os custos reais da energia elétrica, como também oferecem ao consumidor o poder de reagir a esses custos com escolhas mais conscientes. Se você quer ir além e se proteger das variações das bandeiras, vale a pena considerar fontes alternativas, como a energia solar. Além de reduzir a conta de luz, você fica menos exposto às oscilações do sistema tradicional — e ainda contribui para um futuro mais sustentável.

Foto de Ericka Araújo
Ericka Araújo
Líder de Comunicação do Canal Solar. Host do Papo Solar. Desde 2020, acompanha o mercado de energias renováveis. Possui experiência em produção de podcast, programas de entrevistas e elaboração de matérias jornalísticas. Em 2019, recebeu o Prêmio Jornalista Tropical 2019 pela SBMT e o Prêmio FEAC de Jornalismo.

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