Chuvas devem ficar abaixo da média em março e preço deve subir

Preços de energia seguem tendência de alta mesmo com a recuperação dos reservatórios; mudança no modelo explica esse comportamento
2 min 27 seg de leitura
Chuvas devem ficar abaixo da média em março e preço deve subir
Foto: Pixabay

As chuvas devem ficar abaixo da média histórica no terceiro mês do ano, segundo projeções iniciais divulgadas pelo ONS (Operador Nacional do Sistema) na última sexta-feira (28). Isso indica que os preços de energia no Mercado Livre devem subir ainda mais nesse início de ano. 

A região Norte deve atingir o maior patamar de (ENA) Energia Natural Afluente, com 95% da MLT (Média de Longo Termo). Em seguida vem o Sudeste/Centro-Oeste (65%), Sul (55%) e Nordeste, com 28% da MLT

Apesar de três subsistemas apresentarem níveis confortáveis de armazenamento para essa época do ano, os preços de energia estão mais sensíveis às previsões de chuvas desde a introdução do Newave Híbrido a partir de janeiro de 2025 – uma mudança significativa nos parâmetros dos modelos computacionais responsáveis pela formação do preço de energia.

O normal seria que os preços estivessem baixos, já que os reservatórios em três subsistemas estão com armazenamentos acima de 70%: 

  • Norte (95,9%);
  • Nordeste (80,2%);
  • Sudeste/Centro-Oeste (71,6%), este último concentra 70% dos reservatórios de maior interesse do SIN (Sistema Interligado Nacional); 
  • Sul, cujo indicador deve ser de 37,2%.

No gráfico abaixo, é possível ver o comportamento dos preços da energia Convencional e Incentivada 50%, em R$/MWh,  ao longo dos dois primeiros meses deste ano. 

Fonte: Simple Energy

Segundo a consultoria DCIDE, os preços de energia no primeiro trimestre já superam os R$ 300/MWh, mesmo com os reservatórios das hidrelétricas em fase de recuperação de armazenamento.

Aumento da demanda de energia

Outro fator que tem pressionado os preços de energia são as altas temperaturas, que tem elevado a demanda de energia no país.

Leia também: ONS registra quinto recorde de demanda instantânea de carga em 2025

Em janeiro, a demanda verificada do SIN totalizou 83.152 MWmed, o que representa uma expansão de 4,4% em relação ao mesmo período de 2024. A aceleração foi mais expressiva foi no Sul, 9,1% (15.099 MWmed), e no Norte, 5,7% (7.656 MWmed). 

Para os demais submercados, a variação foi a seguinte: o Sudeste/Centro-Oeste com 4% (47.077 MWmed) e o Nordeste com 0,3% (13.320 MWmed).

Para fevereiro, a expectativa é que a carga verificada alcance 88.670 MWmed, um crescimento que pode chegar a 6,5% na comparação anual. 

Para o Sudeste/Centro-Oeste, que tem registrado temperaturas acima da média para o período, é esperado o maior acréscimo, 7,9% (50.781 MWmed), seguido pelo Sul, 6,6% (16.597 MWmed). O crescimento apontado para o Norte e o Nordeste é de 3,5% (7.622 MWmed) e 2,8% (13.670 MWmed), respectivamente.

“Seguimos priorizando a melhor utilização dos recursos energéticos do país e a recuperação de nível dos  principais reservatórios. O SIN continua atendendo plenamente as demandas de carga, que devem se manter elevadas uma vez que teremos continuidade do registro de temperaturas acima da média”, afirma Marcio Rea, diretor-geral do ONS, em nota à imprensa.

Todo o conteúdo do Canal Solar é resguardado pela lei de direitos autorais, e fica expressamente proibida a reprodução parcial ou total deste site em qualquer meio. Caso tenha interesse em colaborar ou reutilizar parte do nosso material, solicitamos que entre em contato através do e-mail: [email protected].

Foto de Wagner Freire
Wagner Freire
Wagner Freire é jornalista graduado pela FMU. Atuou como repórter no Jornal da Energia, Canal Energia e Agência Estado. Cobre o setor elétrico desde 2011. Possui experiência na cobertura de eventos, como leilões de energia, convenções, palestras, feiras, congressos e seminários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Os comentários devem ser respeitosos e contribuir para um debate saudável. Comentários ofensivos poderão ser removidos. As opiniões aqui expressas são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a posição do Canal Solar.

Notícias do Canal Solar no seu E-mail

Relacionados

Receba as últimas notícias

Assine nosso boletim informativo semanal

<
<
Canal Solar
Privacidade

Este site usa cookies para que possamos fornecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.