As chuvas devem ficar abaixo da média histórica no terceiro mês do ano, segundo projeções iniciais divulgadas pelo ONS (Operador Nacional do Sistema) na última sexta-feira (28). Isso indica que os preços de energia no Mercado Livre devem subir ainda mais nesse início de ano.
A região Norte deve atingir o maior patamar de (ENA) Energia Natural Afluente, com 95% da MLT (Média de Longo Termo). Em seguida vem o Sudeste/Centro-Oeste (65%), Sul (55%) e Nordeste, com 28% da MLT
Apesar de três subsistemas apresentarem níveis confortáveis de armazenamento para essa época do ano, os preços de energia estão mais sensíveis às previsões de chuvas desde a introdução do Newave Híbrido a partir de janeiro de 2025 – uma mudança significativa nos parâmetros dos modelos computacionais responsáveis pela formação do preço de energia.
O normal seria que os preços estivessem baixos, já que os reservatórios em três subsistemas estão com armazenamentos acima de 70%:
- Norte (95,9%);
- Nordeste (80,2%);
- Sudeste/Centro-Oeste (71,6%), este último concentra 70% dos reservatórios de maior interesse do SIN (Sistema Interligado Nacional);
- Sul, cujo indicador deve ser de 37,2%.
No gráfico abaixo, é possível ver o comportamento dos preços da energia Convencional e Incentivada 50%, em R$/MWh, ao longo dos dois primeiros meses deste ano.
Fonte: Simple Energy
Segundo a consultoria DCIDE, os preços de energia no primeiro trimestre já superam os R$ 300/MWh, mesmo com os reservatórios das hidrelétricas em fase de recuperação de armazenamento.
Aumento da demanda de energia
Outro fator que tem pressionado os preços de energia são as altas temperaturas, que tem elevado a demanda de energia no país.
Leia também: ONS registra quinto recorde de demanda instantânea de carga em 2025
Em janeiro, a demanda verificada do SIN totalizou 83.152 MWmed, o que representa uma expansão de 4,4% em relação ao mesmo período de 2024. A aceleração foi mais expressiva foi no Sul, 9,1% (15.099 MWmed), e no Norte, 5,7% (7.656 MWmed).
Para os demais submercados, a variação foi a seguinte: o Sudeste/Centro-Oeste com 4% (47.077 MWmed) e o Nordeste com 0,3% (13.320 MWmed).
Para fevereiro, a expectativa é que a carga verificada alcance 88.670 MWmed, um crescimento que pode chegar a 6,5% na comparação anual.
Para o Sudeste/Centro-Oeste, que tem registrado temperaturas acima da média para o período, é esperado o maior acréscimo, 7,9% (50.781 MWmed), seguido pelo Sul, 6,6% (16.597 MWmed). O crescimento apontado para o Norte e o Nordeste é de 3,5% (7.622 MWmed) e 2,8% (13.670 MWmed), respectivamente.
“Seguimos priorizando a melhor utilização dos recursos energéticos do país e a recuperação de nível dos principais reservatórios. O SIN continua atendendo plenamente as demandas de carga, que devem se manter elevadas uma vez que teremos continuidade do registro de temperaturas acima da média”, afirma Marcio Rea, diretor-geral do ONS, em nota à imprensa.
Todo o conteúdo do Canal Solar é resguardado pela lei de direitos autorais, e fica expressamente proibida a reprodução parcial ou total deste site em qualquer meio. Caso tenha interesse em colaborar ou reutilizar parte do nosso material, solicitamos que entre em contato através do e-mail: [email protected].