CMSE vai antecipar térmicas para reforçar segurança energética

Comitê também solicitou que o ONS tome as medidas cabíveis para reduzir a defluência das hidrelétricas na região Sul
2 min 42 seg de leitura
Foto: Ricardo Botelho/MME

O CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) recomendou a antecipação da operação de um conjunto de termelétricas contratadas no primeiro LRCAP (Leilão de Reserva de Capacidade), realizado em 2021. 

A medida tem caráter preventivo e visa aumentar a segurança energética, diante do possível risco de déficit de potência já no segundo semestre deste ano.

Originalmente, essas usinas deveriam entrar em operação apenas em julho de 2026. Com a nova diretriz, a expectativa é que os empreendimentos iniciem suas operações comerciais a partir de agosto de 2025.

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) já havia sinalizado a possibilidade de déficit de potência ainda em 2025. Tanto que o segundo LRCAP — previsto para acontecer em junho deste ano, mas posteriormente cancelado — previa contratos com entrega imediata.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, a antecipação das térmicas tem caráter preventivo. De acordo com apuração do portal MegaWhat, as usinas somam 2,3 GW de potência e utilizam gás natural, óleo diesel e óleo combustível. Os empreendimentos que poderão ter a operação antecipada são:

  • UTE Parnaíba IV (56,28 MW)

  • Potiguar (48,14 MW)

  • Potiguar III (51,46 MW)

  • Global I (136,4 MW)

  • Global II (136,3 MW)

  • Viana (174,6 MW)

  • Geramar I (165,87 MW)

  • Geramar II (165,87 MW)

  • Termorio (1.000 MW)

  • Ibirité (226 MW)

Vale lembrar que, em outubro de 2024, o governo já havia autorizado a antecipação da entrada em operação da Termopernambuco (550 MW), movida a gás natural, também contratada no LRCAP de 2021.

Situação do subsistema Sul preocupa

O CMSE também demonstrou preocupação com os níveis dos reservatórios no subsistema Sul, que devem encerrar o mês de maio com apenas 31% da capacidade de armazenamento.

Para mitigar os riscos, o comitê recomendou que o ONS intensifique as ações para reduzir a defluência das hidrelétricas nas bacias da região Sul. Além disso, será maximizada a transferência de energia entre os submercados, podendo incluir o despacho de geração termelétrica fora da ordem de mérito próximo aos centros de carga, com o objetivo de elevar os limites de intercâmbio de energia para o Sul ou substituí-lo por recursos locais.

Condições do Sistema Interligado Nacional

Em abril, a agem de frentes frias favoreceu a ocorrência de chuvas nas bacias do Sudeste, mas a Energia Natural Afluente (ENA) permaneceu abaixo da média histórica em todos os submercados. Os percentuais em relação à MLT (Média de Longo Termo) foram:

  • Sudeste/Centro-Oeste: 84%

  • Sul: 64%

  • Nordeste: 31%

  • Norte: 79%

Para maio, no cenário mais positivo, as previsões são:

  • Sudeste/Centro-Oeste: 82%

  • Sul: 58%

  • Nordeste: 45%

  • Norte: 62%

Para o SIN (Sistema Interligado Nacional) como um todo, a previsão de afluência é de 71% da MLT, o 17º menor valor em uma série histórica de 95 anos.

Níveis dos reservatórios

Em abril, os níveis de armazenamento dos subsistemas foram:

  • Sudeste/Centro-Oeste: 70%

  • Sul: 40%

  • Nordeste: 77%

  • Norte: 97%

  • SIN (média geral): 71%

Para o fim de maio, no cenário menos favorável, os índices previstos são:

  • Sudeste/Centro-Oeste: 70%

  • Sul: 31%

  • Nordeste: 73%

  • Norte: 98%

  • SIN: 69%

Já no cenário mais otimista, as projeções são:

  • Sudeste/Centro-Oeste: 70%

  • Sul: 35%

  • Nordeste: 74%

  • Norte: 98%

  • SIN: 70%

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Wagner Freire
Wagner Freire é jornalista graduado pela FMU. Atuou como repórter no Jornal da Energia, Canal Energia e Agência Estado. Cobre o setor elétrico desde 2011. Possui experiência na cobertura de eventos, como leilões de energia, convenções, palestras, feiras, congressos e seminários.

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