O CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) recomendou a antecipação da operação de um conjunto de termelétricas contratadas no primeiro LRCAP (Leilão de Reserva de Capacidade), realizado em 2021.
A medida tem caráter preventivo e visa aumentar a segurança energética, diante do possível risco de déficit de potência já no segundo semestre deste ano.
Originalmente, essas usinas deveriam entrar em operação apenas em julho de 2026. Com a nova diretriz, a expectativa é que os empreendimentos iniciem suas operações comerciais a partir de agosto de 2025.
O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) já havia sinalizado a possibilidade de déficit de potência ainda em 2025. Tanto que o segundo LRCAP — previsto para acontecer em junho deste ano, mas posteriormente cancelado — previa contratos com entrega imediata.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, a antecipação das térmicas tem caráter preventivo. De acordo com apuração do portal MegaWhat, as usinas somam 2,3 GW de potência e utilizam gás natural, óleo diesel e óleo combustível. Os empreendimentos que poderão ter a operação antecipada são:
- UTE Parnaíba IV (56,28 MW)
- Potiguar (48,14 MW)
- Potiguar III (51,46 MW)
- Global I (136,4 MW)
- Global II (136,3 MW)
- Viana (174,6 MW)
- Geramar I (165,87 MW)
- Geramar II (165,87 MW)
- Termorio (1.000 MW)
- Ibirité (226 MW)
Vale lembrar que, em outubro de 2024, o governo já havia autorizado a antecipação da entrada em operação da Termopernambuco (550 MW), movida a gás natural, também contratada no LRCAP de 2021.
Situação do subsistema Sul preocupa
O CMSE também demonstrou preocupação com os níveis dos reservatórios no subsistema Sul, que devem encerrar o mês de maio com apenas 31% da capacidade de armazenamento.
Para mitigar os riscos, o comitê recomendou que o ONS intensifique as ações para reduzir a defluência das hidrelétricas nas bacias da região Sul. Além disso, será maximizada a transferência de energia entre os submercados, podendo incluir o despacho de geração termelétrica fora da ordem de mérito próximo aos centros de carga, com o objetivo de elevar os limites de intercâmbio de energia para o Sul ou substituí-lo por recursos locais.
Condições do Sistema Interligado Nacional
Em abril, a agem de frentes frias favoreceu a ocorrência de chuvas nas bacias do Sudeste, mas a Energia Natural Afluente (ENA) permaneceu abaixo da média histórica em todos os submercados. Os percentuais em relação à MLT (Média de Longo Termo) foram:
- Sudeste/Centro-Oeste: 84%
- Sul: 64%
- Nordeste: 31%
- Norte: 79%
Para maio, no cenário mais positivo, as previsões são:
- Sudeste/Centro-Oeste: 82%
- Sul: 58%
- Nordeste: 45%
- Norte: 62%
Para o SIN (Sistema Interligado Nacional) como um todo, a previsão de afluência é de 71% da MLT, o 17º menor valor em uma série histórica de 95 anos.
Níveis dos reservatórios
Em abril, os níveis de armazenamento dos subsistemas foram:
- Sudeste/Centro-Oeste: 70%
- Sul: 40%
- Nordeste: 77%
- Norte: 97%
- SIN (média geral): 71%
Para o fim de maio, no cenário menos favorável, os índices previstos são:
- Sudeste/Centro-Oeste: 70%
- Sul: 31%
- Nordeste: 73%
- Norte: 98%
- SIN: 69%
Já no cenário mais otimista, as projeções são:
- Sudeste/Centro-Oeste: 70%
- Sul: 35%
- Nordeste: 74%
- Norte: 98%
- SIN: 70%
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