Mesmo com queda no total de ocorrências, fatalidades com rede elétrica sobem no Brasil

Setor da construção civil foi o mais afetado por acidentes fatais em 2024, segundo dados divulgados pela Abradee
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Mesmo com queda no total de ocorrências, fatalidades com rede elétrica sobem no Brasil
Foto: Freepik

O número de mortes em acidentes com a rede elétrica no Brasil aumentou em 2024, mesmo com uma queda no total de ocorrências. A informação foi divulgada pela Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica).

Durante uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (22), conduzida pelo presidente da entidade, Marcos Madureira, trouxe um panorama atualizado dos principais números, causas e desafios relacionados à segurança no setor elétrico.

Dados da Abradee mostram que houve uma leve redução de 12,4% no número total de ocorrências em comparação com o ano ado em relação a 2023. Foram registrados 782 acidentes em 2023 e 685 acidentes no ano seguinte.

No entanto, o índice de fatalidades aumentou, 250 acidentes fatais foram apontados em 2023 e 257 mortes em 2024. O maior índice desses acidentes com a rede elétrica, aconteceu no setor da construção civil, que registrou 65 óbitos. Madureira destacou que as ocorrências mais graves continuam sendo provocadas por atitudes de risco da população, como ligações clandestinas, construções próximas à rede elétrica e manuseio inadequado de equipamentos em áreas energizadas.

Acidentes com cabos no solo também é uma preocupação constante para as distribuidoras, especialmente em um país com mais de 4 milhões de km de redes elétricas. “A principal causa desses acidentes está relacionada à queda de galhos ou árvores sobre a fiação. Muitas vezes, o cabo não chega a tocar o solo, mas permanece pendurado, oferecendo risco de contato”, explicou.

Ele destacou ainda que, mesmo quando o cabo toca o solo, em alguns casos, o local e as condições específicas impedem que os sistemas automáticos de proteção sejam acionados, mantendo o fio energizado e oferecendo perigo à população.

“A recomendação é clara: ao avistar um cabo caído ou pendurado, nunca se aproxime. O ideal é acionar imediatamente a distribuidora local, pois não há como saber se aquele fio está energizado. A rede elétrica não faz barulho e não emite alerta visível. O risco é real”, alerta, Madureira.

Além desse tipo de ocorrência, Madureira também citou os prejuízos relacionados a danos em cabos e equipamentos, que geram custos elevados e impactam diretamente no fornecimento de energia. Ele destacou ainda, os efeitos crescentes das mudanças climáticas sobre o setor elétrico brasileiro, principalmente na distribuição de energia.

Segundo o presidente, os impactos variam de região para região, mas já são evidentes em diferentes frentes. Entre os principais fatores, está o aumento da seca em determinadas áreas, o que afeta diretamente a geração de energia, especialmente nas usinas hidrelétricas. Contudo, o crescimento de queimadas, provocado por elevações nas temperaturas, representa um risco adicional à rede elétrica, podendo causar danos à infraestrutura e interrupções no fornecimento.

Outro efeito destacado foi o aumento repentino e intenso do consumo de energia, motivado pelo uso massivo de aparelhos de refrigeração em períodos de calor extremo. Esse pico de demanda pode gerar sobrecarga no sistema, exigindo atenção das distribuidoras.

O presidente também ressaltou que eventos climáticos extremos, como ciclones e tempestades severas, têm se tornado mais frequentes, especialmente nas regiões Sul e Sudeste do país. Ele citou como exemplo o ciclone bomba que atingiu o Sul, causando impactos significativos à rede elétrica local.

Ações de prevenção

As distribuidoras de energia têm intensificado suas ações de prevenção e resposta rápida para diminuir riscos à população e aos sistemas elétricos, segundo o presidente da Abradee. Ele explicou que campanhas de conscientização têm sido reforçadas para orientar a população sobre os cuidados em situações de risco, como enchentes ou cabos energizados ao solo.

EDP reforça dicas para prevenir acidentes com energia

Entre as principais medidas adotadas estão o aprimoramento da capacidade de previsão de fenômenos climáticos, o uso de tecnologias para automação e isolamento de falhas na rede e o investimento em redes protegidas e isoladas, que são mais resistentes a quedas de árvores e outros impactos.

Madureira chamou atenção para a responsabilidade compartilhada com as prefeituras na questão da arborização urbana, que continua sendo um fator crítico, especialmente quando árvores de grande porte caem sobre a rede e derrubam múltiplos postes.

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Caique Amorim
Estudante de jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Tenho experiência na produção de matérias jornalísticas.

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