Mercosul e União Europeia: acordo pode criar a maior zona livre de comércio do mundo

Líderes do governo da América Latina, Caribe e UE se reúnem para tratar do acordo de livre comércio entre os blocos
Canal Solar Acordo entre Mercosul e União Europeia pode pode criar a maior zona livre de comércio do mundo
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Meio-ambiente, clima e direitos humanos. O acordo entre Mercosul e Europa está marcado por pautas ambientais que devem ser respeitadas para que o tratado possa ser concretizado. A expectativa é que o acordo seja concluído ainda em 2023.

Se aprovado e finalizado, o acordo prevê criar uma das maiores zonas de livre comércio do mundo, com mais de 700 milhões de pessoas, impulsionando o comércio e eliminando tarifas.

No entanto, ainda há resistência da parte de alguns países do bloco do Mercosul, que desejam proteger seus mercados e temem as flexibilizações com relação às normas trabalhistas ou ambientais.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, expressou interesse em implementar o acordo. “Nosso objetivo é resolver todas as questões pendentes o mais rápido possível para podermos concluir esse acordo, do qual ambas as partes se beneficiarão”, afirma von der Leyen.

Sobre o acordo

O tratado prevê a facilitar a comercialização entre os blocos eliminando tarifas alfandegárias e de exportação da América do Sul e Europa, em um período de 10 anos. O objetivo é diminuir as tarifas de comércio de importação e exportação até serem totalmente zeradas.

A União Europeia prevê um investimento de 45 bilhões de euros dentro do acordo com a América Latina e Caribe. Os fundos, que serão subsidiados com o orçamento dos Estados membros e o Banco Europeu de Investimento, devem garantir o suprimento da Europa de matérias-primas como o lítio, por exemplo, usado na fabricação de baterias de carros elétricos.

O investimento também deverá ser aplicado na região amazônica, expandindo as redes de telecomunicações, a construção de linhas elétricas na Colômbia, assim como adquirir ônibus elétricos na Costa Rica.

Segundo o Governo Federal do Brasil, o acordo entre os blocos é equilibrado. “Um acordo entre Mercosul e União Europeia equilibrado, que pretendemos concluir ainda este ano, abrirá novos horizontes. Queremos um acordo que preserve a capacidade das partes de responder aos desafios presentes e futuros”.

Desmatamento da floresta tropical

Para que o acordo seja concluído, os países do Mercosul devem concordar com o acordo adicional sobre a proteção e preservação das áreas florestais existentes. Entre as exigências do acordo de preservação estão a adesão ao Acordo de Paris, bem como as disposições sobre biodiversidade e combate ao desmatamento.

Segundo documento publicado pelo Ministério da Agricultura da Alemanha, “o acordo prevê a proteção da cobertura florestal e promoção da redução do desmatamento e do manejo florestal sustentável, em linha com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Além disso, as partes se comprometem a promover a inclusão das populações locais e indígenas nas cadeias de suprimentos sustentáveis ​​de produtos de madeira e não madeireiros, a fim de melhorar suas condições de vida e o manejo sustentável das florestas”.

A regulamentação foi criada a fim de promover as “cadeias de suprimentos livres de desmatamento”, que estabelece que apenas produtos livres de desmatamento podem ser oferecidos no mercado interno.

As regras abrangem matérias-primas como soja, óleo de palma, carne bovina, café, cacau, borracha e madeira. Esse tipo de acordo visa garantir que não haja desmatamento de florestas para o abastecimento e consumo da Europa.

Foto de Daniele Haller
Daniele Haller
Vivendo na Europa há 12 anos, trabalha como jornalista correspondente para diferentes canais de comunicação no Brasil, assim como para projetos que apoiam o desenvolvimento de brasileiros no mercado de trabalho no exterior. Graduada em Jornalismo pela Estácio de Sá do Ceará em 2008.

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