Mesmo diante da suspensão do Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP), que estava previsto para junho de 2025, a Huawei mantém firme seu posicionamento em favor do avanço da tecnologia de armazenamento de energia no país.
A empresa chinesa aposta no leilão de baterias programado para novembro deste ano como um marco fundamental para consolidar o papel das baterias na transição energética brasileira.
“Diante da crescente demanda por fontes renováveis e da necessidade de um sistema elétrico mais resiliente e seguro, o armazenamento de energia emerge como um pilar fundamental para a transição energética. No entanto, para que essa tecnologia possa florescer em solo brasileiro, é imperativo superarmos barreiras regulatórias e desmistificarmos percepções equivocadas”, afirmou Roberto Valer, CTO da empresa no Brasil.
Silveira e Huawei discutem soluções em armazenamento de energia e leilão de baterias
Valer participou ativamente da última reunião da ABSAE (Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia), em Brasília, que reuniu representantes do setor privado, investidores e parlamentares em um debate estratégico sobre os caminhos para destravar o crescimento do armazenamento no Brasil.
Segundo ele, a discussão teve papel central ao evidenciar a urgência da inclusão das baterias no LRCAP e a necessidade de estabelecer um marco regulatório claro, previsível e moderno.
“O encontro da ABSAE demonstrou que o setor está unido e engajado em construir um futuro energético mais limpo, seguro e eficiente para o Brasil. Agora, cabe ao governo e ao Congresso Nacional darem os os necessários para transformar essa visão em realidade. O momento é agora. Não podemos perder a oportunidade de colocar o Brasil na vanguarda da transição energética global”, declarou.
Para o executivo, um dos principais desafios enfrentados hoje é a percepção equivocada de que as baterias ainda são uma tecnologia em estágio experimental. Ele rebate essa ideia com exemplos de mercados mais avançados: “Em países como China e Chile, o armazenamento de energia já é uma realidade consolidada, comprovando sua eficácia e viabilidade econômica.”
O especialista defende que as baterias devem ser vistas como aliadas das fontes renováveis intermitentes – e não como substitutas de tecnologias tradicionais. “É preciso entender que as baterias não são uma ameaça às fontes de energia tradicionais, mas sim um complemento essencial para a otimização do sistema elétrico”.
“Elas atuam como um ‘colchão’ energético, armazenando o excedente de energia gerada por fontes intermitentes, como a solar e a eólica, e liberando-a nos momentos de maior demanda ou quando a produção dessas fontes diminui. Isso garante a estabilidade da rede, reduz o risco de apagões e permite o aproveitamento máximo das energias renováveis”, enfatizou.
Apesar do potencial, a ausência de um marco regulatório eficaz ainda é um obstáculo para a consolidação do setor no Brasil. “A falta de regras claras e previsíveis dificulta a atração de investimentos, estimados em R$ 40 bilhões, e impede a implementação de projetos de armazenamento em larga escala”, alertou o CTO da Huawei.
A proposta da empresa, por meio da liderança técnica de Valer, é que o governo e o Congresso priorizem a criação de um ambiente regulatório que incentive a competição, a inovação e a diversificação tecnológica.
“Esse marco deve estabelecer regras claras para a conexão de sistemas de armazenamento à rede elétrica, definir mecanismos de remuneração justos e transparentes e garantir a segurança jurídica dos investidores”, reforçou.
Além disso, o Roberto Valer ressalta que a regulamentação deve permitir a seleção das tecnologias mais adequadas com base em critérios técnicos e econômicos, respeitando as realidades regionais e o equilíbrio do sistema.
“É crucial que a regulamentação promova um equilíbrio adequado entre as diferentes tecnologias de geração e de armazenamento de energia, visando sempre o menor custo para a sociedade”, concluiu.
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