Maioria dos painéis solares entrega menos potência do que a declarada, diz TÜV

Apenas 34,3% dos módulos testados em 2024 entregaram desempenho igual ou superior ao especificado pelos fabricantes
2 min 37 seg de leitura
66% dos painéis solares entregam menos potência do que a declarada, diz TÜV
Foto: Freepik

A TÜV Rheinland – empresa especializada em serviços de ensaios, inspeções e certificações – identificou que a maioria dos painéis solares testados em 2024 apresentou potência inferior à declarada pelos fabricantes. Os dados são resultado de análises conduzidas em equipamentos com diferentes tecnologias, testados em laboratórios na Ásia e na Europa.

Os testes foram feitos com painéis solares que usam as tecnologias: PERC; TOPCon e BC – considerada mais recente e, geralmente, com custo mais elevado. Segundo os resultados, apenas 34,3% dos painéis solares testados entregaram desempenho igual ou superior ao especificado pelos fabricantes. Os demais 65,7% ficaram abaixo do declarado. Apesar disso, a maioria dos resultados ainda está dentro da margem de incerteza laboratorial de 1,5%.

Curiosamente, o resultado obtido em 2024 é o oposto do que foi constatado pela TÜV Rheinland nos testes realizados nos anos de 2015 e 2016. Naquela ocasião, 71,7% dos painéis fotovoltaicos testados apresentaram desempenho superior ao declarado pelo fabricante e apenas 28,3% não atingiram a potência nominal.

Vinícius Gibrail, diretor da Divisão de Produtos Solares e Comerciais da TÜV Rheinland na América do Sul, afirma que, embora as diferenças identificadas estejam, em sua maioria, dentro da margem aceitável, elas podem impactar a confiança do consumidor. “Por isso, é fundamental realizar testes com laboratórios independentes ainda nas fases iniciais de produção, permitindo ajustes sem comprometer o cronograma de lançamento”, disse ele.

Vinícius Gibrail, diretor da Divisão de Produtos Solares e Comerciais da TÜV Rheinland na América do Sul

Painéis solares degradam de forma diferente

Além dos testes de desempenho inicial, a TÜV Rheinland avaliou o comportamento dos diferentes tipos de módulos sob condições extremas, como calor, umidade, picos de tensão, luz solar intensa e radiação UV. Os painéis com tecnologia BC tiveram, em média, o melhor desempenho geral nos testes de envelhecimento acelerado, seguidos pelos módulos TOPCon e PERC.

A exceção foi na resistência ao calor, em que os painéis TOPCon superaram os demais. “É importante destacar que os resultados representam médias. Alguns módulos específicos, independentemente da tecnologia, tiveram desempenho acima ou abaixo da média”, informou Gibrail. 

O estudo também alerta que os custos iniciais diferentes entre as tecnologias dificultam recomendações generalizadas. “Projetos solares exigem altos investimentos. Os resultados mostram que pode haver variações de qualidade não apenas entre tecnologias, mas também entre fabricantes. Realizar uma verificação prévia dos módulos ajuda a garantir um planejamento mais seguro e evita prejuízos”, conclui o diretor da TÜV Rheinland.  

Sobre a TÜV Rheinland

A TÜV Rheinland é uma das principais fornecedoras de serviços de testes e inspeções do mundo, com receita anual superior a € 2,7 bilhões de euros e cerca de 26 mil colaboradores em mais de 50 países. Desde 2006, a empresa é signatária do Pacto Global da ONU, com expertise reconhecida em áreas como mobilidade, fornecimento de energia e infraestrutura. 

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Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

Respostas de 2

  1. Prezados senhores,
    Embora possam estar a maioria dentro dos desvios padrões aceitáveis é uma notícia preocupante que só 34% atende as especificações declaradas em dados de ensaios de fabricação. O acumulado representa uma perda de energia considerável. Vivemos uma época que os projetos devem buscar o máximo de eficiência energética. A sustentabilidade ambiental estar exigindo para ontem, embora haja os negacionista de plantão, como o protagonista, senhor Trump, presidente da maior economia do mundo e o que tem a segunda pegada ecológica.

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