“Ainda estamos distantes do potencial que o mercado de armazenamento pode atingir”, afirma Powersafe

Armazenamento de energia deve movimentar R$ 22,5 bilhões até 2030
3 min 31 seg de leitura
“Ainda estamos distantes do potencial que o mercado pode atingir”, afirma Leandro Alvares
Foto: Freepik

“Temos um grande desafio pela frente, que é trazer o armazenamento de energia para dentro do setor de energias renováveis”, essa é a análise de André Ribeiro, gerente de operações da Powersafe.

Durante o episódio #128 da quarta temporada do podcast Papo Solar, transmitido na terça-feira (29), Leandro Alvares, diretor executivo da Powersafe, e André Ribeiro, gerente de operações da Powersafe estiveram presentes para discutir o mercado de armazenamento de energia.

O recente apagão que atingiu a Europa, atingiu milhões de pessoas em Portugal, Espanha e sul da França, afetando o funcionamento de supermercados, transações bancárias, estações de metrô e outros serviços essenciais. O caso evidenciou a urgência de soluções que garantem o fornecimento de energia, mesmo perante falhas na rede elétrica.

De acordo com o estudo mais recente da Greener, a expectativa é de que R$ 22,5 bilhões sejam investidos em sistemas de armazenamento junto ao consumidor até 2030. Baseado no ano de 2024, a demanda por equipamentos BESS (Battery Energy Storage System, em português Sistema de Armazenamento de Energia em Baterias) cresceu 89% em relação ao ano anterior.

“A Greener projeta que, até 2030, o principal motor do mercado solar será o armazenamento de energia, com uma previsão de investimento muito alta e o ritmo mais acelerado do que o imaginado”, apontou Ribeiro.

Crescimento do mercado de Armazenamento 

Leandro Alvares, diretor executivo da Powersafe, complementou, “os dados apresentados mostram a magnitude e o potencial do mercado de armazenamento. Para o profissional solar que ainda está pensando em entrar no armazenamento, deve pensar que já está dentro dele”.

Bruno Kikumoto, CEO do Canal Solar, exemplificou “o armazenamento seguiu um caminho semelhante à energia solar em 2012, começando por residências de alto padrão e se expandindo com o ar do tempo”. 

“As mesmas dificuldades enfrentadas pelo setor solar no início devem se repetir agora com o armazenamento, por se tratar de uma tecnologia. Um dos nossos principais focos para 2025 é qualificar a rede de distribuição, para educar o mercado a trabalhar bem com esse produto”, afirmou André Ribeiro.

Os dados do mercado global apontam que o armazenamento deve atingir 760 GW até 2030, puxado principalmente por China e Estados Unidos. Hoje o Brasil tem cerca de 1 GW instalado, “mas ainda estamos distantes do potencial que o mercado pode atingir”, afirmou Alvares.

De acordo com os especialistas, é preciso definir questões regulatórias e saber qual é o plano de governo para se tornar cada vez mais economicamente viável e atrativo para os investidores, não só para os sistemas residenciais, como em grande escala e leilões de baterias.

“Imagina uma indústria de injeção plástica, se a energia cai a linha de produção para! Nesse caso, é preciso resetar a máquina, o que significa milhares de reais perdidos por minuto com a produção parada. Esse tipo de impacto precisa ser ado para o cliente”, explicou Alvares.

Agro: o setor que mais adota baterias no Brasil

Segundo a PowerSafe, o setor agropecuário é hoje o maior responsável pela instalação de baterias no Brasil. Isso ocorre, principalmente, pela baixa qualidade da rede em áreas rurais e pela necessidade de manter operações eletrointensivas funcionando, como câmaras frias, sistemas de irrigação, ventilação de aviários e máquinas agrícolas.

Além disso, o agro tem se mostrado aberto à inovação e, mesmo diante de um cenário de crédito , ainda concentra boa parte dos investimentos em tecnologia.

O armazenamento resolve a inversão de fluxo?

“A inversão de fluxo já é uma realidade enfrentada e tende a se tornar cada vez mais recorrente. Com o sistema de armazenamento, conseguimos resolver esse problema. É possível gerar energia, atender o consumo instantâneo, armazenar o excedente e realizar a injeção na rede no horário permitido pela distribuidora”, destacou Ribeiro.

De acordo com o especialista, ao incluir baterias no projeto a concessionária é obrigada a avaliar o sistema por completo. Ela precisa reavaliar todo o projeto e discutir com você os detalhes do armazenamento. Isso aumenta significativamente as chances de aprovação do sistema.

Assista ao episódio completo

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Foto de Emily Castro
Emily Castro
Graduanda em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, possui experiência na produção de matérias para portais jornalísticos, rádio e podcasts. Também atua como produtora do Podcast Papo Solar e dos projetos Solar em 60 e Estude com o Canal.

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