“Estamos com a previsão ao longo de 2023 para fazer duas consultas públicas: a primeira delas de AIR (Análise de Impacto Regulatório) e a segunda de normativo, de forma que tenhamos a regulamentação do uso do armazenamento pronto a partir do primeiro semestre de 2024. Este é o nosso cronograma”.
É o que afirmou Sandoval Feitosa, diretor-geral da ANEEL, durante a inauguração do primeiro projeto de armazenamento de energia em baterias em larga escala do sistema de transmissão brasileiro, recém-energizado na Subestação Registro (SP).
No entanto, Feitosa disse que, a exemplo do que aconteceu em Registro, outras soluções não deixarão de ser implementadas até o ano que vem se forem trazidas à Agência.
“O armazenamento pode ter utilização na transmissão, distribuição e também como solução de geração. O que temos que ter em mente é que o setor de geração é competitivo, onde a regulação da Agência é menos inclusiva”, apontou.
“Então, diria que a nossa maior preocupação é a dos segmentos regulados, como transmissão e distribuição. Uma vez que o uso das baterias, por exemplo, em geração – se nós avaliamos no sentido mais amplo – ele já está pronto porque nós aprovamos a hibridização de usinas de energia elétrica, Assim, com poucos ajustes, é possível utilizar na geração de eletricidade”, ressaltou o diretor.
Integração entre armazenamento e solar
Para o executivo, o recurso do armazenamento pode ser uma grande solução, tanto para geração solar centralizada quanto na distribuída de pequeno porte, uma vez que o país tem, atualmente, uma tarifa monômia e volumétrica.
“Essa característica é única no mundo. Poucos países têm essa estrutura tarifária. Portanto, seguramente no futuro, haverá uma nova estrutura tarifária, que a pela diferenciação do valor da energia elétrica ao longo do dia. Neste caso, o armazenamento é fundamental para que a geração solar fotovoltaica seja cada vez mais competitiva”, enfatizou.
Vantagens das baterias
De acordo com Sandoval Feitosa, as baterias provém serviços ancilares, maior resiliência e flexibilidade ao sistema de transmissão e controle da rede. “As mesmas serão fundamentais no futuro com a inserção cada vez maior das fontes renováveis, que têm a variabilidade como uma característica muito grande na sua operação”.
“Se nós quisermos aproveitar a capacidade do Brasil de gerar energia a partir das renováveis e aproveitar a capacidade de produção de baterias – uma frente que não está aberta no Brasil hoje e que o atual ministro de Minas e Energia tem dito cada vez mais que o país é uma potência minerária – temos que explorar os minerais e produzir riqueza, e as baterias são uma grande oportunidade juntamente com as renováveis”, concluiu.