“É muito importante para o Brasil ter uma política de atração de datacenters que aproveite a potencialidade dos recursos energéticos e sustentáveis que nós temos”.
A declaração foi feita por Thiago Barral, então secretário de Transição Energética e Planejamento do MME (Ministério de Minas e Energia), durante a 2ª Semana Regulatória do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), realizada na última quinta-feira (5).
No dia seguinte (6), Barral deixou o cargo para assumir um novo desafio: integrar a coordenação da COP30 como representante do governo brasileiro nas pautas relacionadas à energia.
Durante sua participação no evento, o ex-secretário reforçou o empenho do Governo Federal em transformar o Brasil em um destino competitivo para investimentos em data centers e plantas de hidrogênio verde.
Segundo ele, além de fortalecer o planejamento energético e ampliar as redes de transmissão, seria essencial construir um ambiente regulatório seguro e atrativo para empresas do setor de tecnologia.
Barral destacou ainda que a instalação de datacenters no Brasil tem papel estratégico na transição energética e na transformação digital do país.
Para ele, os empreendimentos são fundamentais para o avanço da IA (Inteligência Artificial) – o que, por sua vez, poderia otimizar processos, reduzir custos e aumentar a produtividade em diversos setores — inclusive no setor elétrico.
“O fato é que hoje o Brasil ainda depende e contrata muitos dos seus serviços digitais e de datacenters fora do país. Nós temos condições de ampliar a oferta dos serviços aqui para as empresas brasileiras, gerando ganhos porque esses serviços geram ganho de produtividade”, disse Barral.
Data centers em expansão
A visão do MME já começa a se concretizar com anúncios recentes de grandes corporações que planejam instalar ou expandir sua infraestrutura digital no país.
Um dos casos mais emblemáticos é o do TikTok, que pretende investir cerca de R$ 55 bilhões na construção de um mega data center em Caucaia (CE).
O projeto — que já possui licença prévia — está sendo instalado em uma ZPE (Zona de Processamento de Exportações), o que facilita a operação por meio de incentivos fiscais e menos burocracia, conforme noticiado pelo Canal Solar.
Outro destaque é o financiamento de R$ 180 milhões aprovado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a Scala Data Centers, destinado à aquisição de equipamentos tecnológicos, sistemas industriais e componentes nacionais.
Uma demanda cresce
De acordo com levantamento da consultoria BCG (Boston Consulting Group), a demanda global por energia destinada a datacenters deverá crescer, em média, 16% ao ano até 2028.
A expectativa é que o consumo total alcance cerca de 130 GW ao final do período, com investimentos globais que podem ultraar a marca dos US$ 1,8 trilhão.
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