UFPA e Norte Energia inauguram primeiro barco elétrico da Amazônia

Catamarã é movido por dois motores elétricos e alimentado por 22 placas solares fotovoltaicas instaladas em sua cobertura
UFPA e Norte Energia inauguram primeiro barco elétrico da Amazônia
Viagem inaugural do Poraquê ocorreu nas águas do Rio Guamá, que banha o campus da universidade. Imagem: Suellem Mendes/Divulgação

A UFPA (Universidade Federal do Pará) e a Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, lançaram o Poraquê, o primeiro barco elétrico e sustentável da Amazônia, movido a energia limpa e renovável. O catamarã é uma solução inovadora para o transporte fluvial na região, onde embarcações a diesel ainda são amplamente utilizadas.

O nome Poraquê faz referência ao peixe elétrico, típico dos rios amazônicos, simbolizando a tecnologia sustentável aplicada ao transporte. O barco faz parte do SIMA (Sistema Inteligente Multimodal da Amazônia), que também inclui dois ônibus elétricos que já circulam no campus da UFPA em Belém. O sistema de mobilidade urbana sustentável tem a capacidade de transportar 2 mil pessoas por dia e evitar a emissão de 161 toneladas de CO₂ por ano.

Apenas o catamarã evitará o despejo de 100 toneladas de gases de efeito estufa anualmente. O barco é movido por dois motores elétricos e alimentado por 22 placas solares fotovoltaicas instaladas em sua cobertura, o que lhe confere uma autonomia de oito horas sem recarga. Para garantir sua eficiência, um posto de recarga foi instalado no píer da UFPA, utilizando energia gerada por miniusinas solares da universidade.

A embarcação foi projetada para atender até 25 pessoas, incluindo espaço adaptado para cadeirantes. O projeto, que contou com recursos do programa de PDI da ANEEL (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação), começou a ser desenvolvido em 2019 e envolveu cerca de 30 pesquisadores entre professores e alunos da UFPA. 

Além de servir como meio de transporte sustentável, o Poraquê é também um laboratório flutuante para a universidade, que busca estimular o uso de tecnologias limpas na região amazônica. A expectativa é que o projeto incentive a substituição de 10% a 20% das embarcações locais por modelos movidos a energia renovável. 

Com estrutura em alumínio naval, o barco precisou ser adaptado para o peso das baterias e motores, totalizando 7 toneladas. A embarcação percorrerá um trajeto de 750 metros pelo Rio Guamá, com três paradas no campus da UFPA. O vice-reitor da universidade, Gilmar Pereira da Silva, destacou a importância do projeto como uma conquista científica e uma contribuição significativa para a sustentabilidade e descarbonização da região.

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Wagner Freire
Wagner Freire é jornalista graduado pela FMU. Atuou como repórter no Jornal da Energia, Canal Energia e Agência Estado. Cobre o setor elétrico desde 2011. Possui experiência na cobertura de eventos, como leilões de energia, convenções, palestras, feiras, congressos e seminários.

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