O promovido pela Global Renewables Alliance (GRA), em Brasília (DF), na última quinta-feira (5), mobilizou diversos representantes do setor energético privado, autoridades governamentais e especialistas para uma consolidar uma agenda em comum. O encontro teve o intuito de debater os caminhos para um futuro energético sustentável, de olho na COP30, que acontecerá em novembro, em Belém, no Pará.
Um dos anfitriões do evento, o CEO do Global Wind Energy Council (GWEC), Ben Backwell, falou com otimismo sobre as expectativas para os próximos anos do setor energético. “O Brasil é campeão mundial de energias renováveis e tem um excelente potencial para entregar avanços concretos para o resto do mundo. Não é exagerado vermos a COP30 com muitas esperanças, a expectativa é bem alta”, destacou.
Junto com ele vieram o diretor-geral da IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável), sco La Camera, e o CEO da Global Renewables Alliance, Bruce Douglas. Ambos mantiveram o otimismo em suas breves falas, em inglês. “É importante dizer que não tem jeito de parar esse processo. A transição energética é imparável”, disse sco, para receber aplausos. “A oportunidade no Brasil é ímpar e deve ser muito celebrada”, completou Bruce.
O presidente da COP30, André Correia do Lago, gravou uma mensagem em vídeo, onde saudou os entes privados e reforçou compromissos do evento. “O lançamento dessa coalizão é extremamente importante. Assim como os renováveis são importantes, tem uma lógica econômica que temos que promover, trabalhando juntos. Temos que triplicar os renováveis, essa foi uma das mais importantes decisões do Acordo de Paris, e será tema central da COP30”, pontuou André.
“E o Brasil é a prova de que um país em desenvolvimento pode fazer isso de maneira eficiente, assegurando ótimo fornecimento de energia com preços competitivos. Estamos fazendo um mutirão de juntar todo mundo que sabe fazer alguma coisa a favor do clima para mostrar que existem soluções e que podemos trabalhar juntos”, completou.
Representando o setor produtivo, a presidente da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), Elbia Gannoum, ressaltou que a mobilização é importantíssima para o país. “O Brasil é um importante provedor de recursos energéticos, e reforça o papel dos renováveis como solução para transição energética. Essa mobilização vem nesse sendo, como os investidores de cada área podem contribuir para alcançar os objetivos de transição energética e de triplicar os renováveis, como determinado na resolução em Dubai”, colocou.
Do ponto de vista do governo, o secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do MME (Ministério de Minas e Energia), Thiago Barral, representou o ministro Alexandre Silveira na ocasião. Além do compromisso em triplicar renováveis, ele projeta a duplicação dos ganhos de eficiência energética como legado para a COP30.
“O Brasil, por combinar tradição de planejamento energético e valorização dos seus recursos energéticos renováveis, tem total condição de ser um grande aliado dessa missão que a GRA tem colocado. E tenho dito que na nossa agenda da eficiência energética, a combinação que temos de hidrelétrica, solar, eólica, armazenamento, biomassa, bioenergética é simplesmente imbatível”, exaltou.
Por sua vez, o secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Rodrigo Sobral Rollemberg, destacou os avanços na agenda brasileira dos últimos anos, que sinaliza o caminho que o país que trilhar.
“É importante ouvirmos o setor produtivo, porque queremos grandes investimentos no Brasil a partir dessa discussão. Temos dois grandes desafios. Um deles é essa agenda global de implementação, para que os países assumam metas ousadas, mas também garantam recursos para implementar aquilo que foi pactuado. Precisamos priorizar essa agenda de implementação, o mundo vem dando recados, como os aumentos de temperatura global. E também temos que apresentar o Brasil como o grande destino de investimentos para empresas que precisam acelerar seus programas de descarbonização”, concluiu Rollemberg, que no ato representou o ministro e vice-presidente Geraldo Alckmin.
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